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Nove países europeus realizam cúpula para impulsionar produção de energia eólica
Nove países europeus realizam cúpula para impulsionar produção de energia eólica / foto: Kenzo Tribouillard - AFP

Nove países europeus realizam cúpula para impulsionar produção de energia eólica

Nove países europeus realizaram, nesta segunda-feira (24), uma cúpula com o objetivo de aumentar a geração de energia eólica no Mar do Norte, impulsionados pelas consequências da guerra da Ucrânia e a pressão em favor das energias renováveis.

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A reunião, organizada pela Bélgica na cidade costeira de Ostend, reuniu os líderes da França, Alemanha, Irlanda, Dinamarca, Países Baixos e Luxemburgo, com a presença da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.

Noruega e Reino Unido também participaram, embora funcionários franceses tenham dito que a delegação britânica deveria ser liderada pelo ministro da Energia, Grant Shapps, em nome do primeiro-ministro Rishi Sunak.

"É um dia decisivo para transformar este mar do Norte na maior usina elétrica verde do mundo", enfatizou o primeiro-ministro belga, Alexander De Croo, ao final da cúpula.

Sete países da União Europeia (Alemanha, França, Países Baixos, Bélgica, Irlanda, Dinamarca e Luxemburgo), além da Noruega e do Reino Unido, se comprometeram a fazer com que suas capacidades de energia eólica no mar do Norte atinjam 120 gigawatts (GW) em 2030 e 300 GW em 2050, coletivamente. Hoje, as capacidades combinadas são de cerca de 30 GW.

Além das colaborações delineadas na declaração final - para construir parques eólicos, infraestrutura de conexão e projetos de hidrogênio verde, entre outros -, os nove signatários querem coordenar suas políticas e ofertas de licitação, reforçar as cadeias de produção e simplificar os procedimentos administrativos.

Como o Mar do Norte é relativamente raso, as turbinas podem ser instaladas com facilidade e em grande número.

As metas estabelecidas parecem ambiciosas: o Reino Unido tem a maior frota de parques eólicos offshore, 45 que produzem 14 GW, com planos de expandir para 50 GW até 2030.

Em seguida vem a Alemanha, com 30 parques eólicos que geram 8 GW, e depois os Países Baixos com 2,8 GW, e Dinamarca e Bélgica, ambos com 2,3 GW.

Os outros países participantes geram menos de um gigawatt em seus parques eólicos offshore existentes, mas compartilham a ambição de aumentar significativamente a energia dessa fonte.

Por sua vez, a União Europeia (UE) recentemente estabeleceu a meta de dobrar a proporção de energias renováveis em seu mix energético e atingir 42,5%, em particular facilitando a obtenção de licenças para instalar a infraestrutura.

A primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen, instou a "garantir o abastecimento" de materiais críticos (como as terras raras), dos quais a Europa ainda depende fortemente das importações, sobretudo da China.

- "Tema geopolítico" -

A reunião desta segunda-feira foi a segunda cúpula realizada desde a do ano passado, uma reunião inaugural em que participaram Bélgica, Dinamarca, Alemanha e Países Baixos, que decidiram que era necessário ampliar a cooperação.

De acordo com De Croo, os acontecimentos de 2022 - quando os preços da energia na Europa dispararam à medida que o continente evitava o gás de origem russa - significavam que a energia era agora, "mais do que nunca, um tema geopolítico".

A cúpula se focou na "velocidade de execução" mediante a padronização da infraestrutura necessária para que os parques eólicos do mar do Norte possam ser construídos de forma mais rápida e econômica, apontou De Croo.

Dezenas de executivos de empresas de energia e turbinas eólicas também participaram do encontro, para sugerir maneiras como os governos podem impulsionar a produção de energia do mar do Norte para seus países.

- Demandas para a indústria -

WindEurope, a federação que representa a indústria europeia de energia eólica, acredita que as ambições da cúpula de Ostend são factíveis, dadas as habilidades tecnológicas e a experiência das empresas do setor.

Mas "há uma falta de mobilização de financiamento" para ampliar as cadeias de suprimento, apontou Pierre Tardieu, diretor de políticas da WindEurope.

A organização afirma que a Europa precisa construir a infraestrutura em alto mar para adicionar 20 GW em produção por ano.

Para alcançar todos os objetivos, os investimentos deverão ser gigantescos: a UE estimou que para atingir uma produção de 300 GW em alto mar até 2050 será necessário investir cerca de 800 bilhões de euros (4,4 trilhões de reais).

H.Klein--MP