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Bolsonaro declara ter publicado de forma 'acidental' vídeo que questionava eleições
Bolsonaro declara ter publicado de forma 'acidental' vídeo que questionava eleições / foto: CARL DE SOUZA - AFP

Bolsonaro declara ter publicado de forma 'acidental' vídeo que questionava eleições

O ex-presidente Jair Bolsonaro (2019-2022) prestou depoimento nesta quarta-feira (26) à Polícia Federal em Brasília sobre o ataque de 8 de janeiro e afirmou ter publicado de forma "acidental", dois dias depois, um vídeo que questionava a legitimidade das eleições presidenciais de 2022, segundo sua defesa.

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Bolsonaro compareceu à polícia no âmbito de uma investigação como suposto instigador e mandante dos atos perpetrados por milhares de seus apoiadores, que invadiram a sede dos Três Poderes na capital na tentativa de derrubar o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.

O político de extrema direita, que estava em Orlando, Estados Unidos, no dia dos ataques às sedes do Supremo Tribunal Federal e do Congresso e o Palácio presidencial do Planalto, começou a ser investigado em 13 de janeiro por decisão de um ministro do STF.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu sua inclusão na investigação, mencionando um vídeo que o ex-presidente (2019-2022) publicou nas redes sociais em 10 de janeiro, dois dias depois dos ataques, que questionava o resultado eleitoral de outubro, quando foi derrotado por Lula nas urnas.

A postagem reproduzia a declaração de um apoiador que dizia que Lula não foi eleito pelo povo, mas pelo sistema eleitoral, questionando - sem provas - a transparência das eleições, repetindo uma argumentação frequente em 2022.

"Tanto a postagem foi acidental, que ele não fez nenhum comentário em cima desse post e apagou logo na sequencia", disse nesta quarta-feira o advogado Paulo Bueno, que defende Bolsonaro.

O ex-presidente estaria sob efeito de medicamentos quando compartilhou a publicação, já que havia sido internado pouco antes, explicou o advogado.

O ex-secretário de Comunicação e atual assessor de Bolsonaro, Fábio Wajngarten, disse, por sua vez, que o ex-presidente "repudiou os acontecimentos lamentáveis" de 8 de janeiro na noite dos ataques e "o presidente virou a página política dele" desde o fim da eleição.

O ex-presidente chegou à sede da polícia em um carro escuro, ficou lá por mais de duas horas e se retirou sem prestar declarações à imprensa.

Bolsonaro nega sistematicamente qualquer participação nos atos, pelos quais mais de 1.800 pessoas foram detidas.

- Cem réus -

 

O depoimento de Bolsonaro à polícia nesta quarta-feira é o segundo desde que retornou ao Brasil em 30 de março, após deixar o país dois dias antes da posse de Lula, em 1° de janeiro.

Em 5 de abril, ele prestou declarações em outra investigação aberta pela entrada irregular de valiosas joias presenteadas pela Arábia Saudita em 2021.

O ex-presidente enfrenta um total de quatro investigações no máximo tribunal com penas suscetíveis de prisão, além de mais de dez processos administrativos no Tribunal Superior Eleitoral por suposto abuso de poder político e econômico durante o pleito eleitoral de 2022.

F.Hartmann--MP