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Cinco pontos sobre os Prêmios Nobel
Cinco pontos sobre os Prêmios Nobel / foto: Jonathan NACKSTRAND - AFP

Cinco pontos sobre os Prêmios Nobel

Os Prêmios Nobel serão concedidos entre 2 e 9 de outubro, em Estocolmo e Oslo, a pessoas que contribuíram para o "bem da humanidade", segundo o desejo de seu criador, o sueco Alfred Nobel (1833-1896).

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- Ausentes a contragosto -

Desde 1901, seis ganhadores do Nobel da Paz não puderam comparecer à cerimônia de entrega dos prêmios em Oslo.

Em 1936, o jornalista e pacifista alemão Carl Von Ossietzky tinha sido enviado a um campo de concentração nazista.

Em 1975, o físico e dissidente soviético Andrei Sakharov foi representado por sua esposa, Elena Bonner.

Em 1983, o sindicalista polonês Lech Walesa declinou participar da cerimônia, temendo não poder voltar ao seu país.

Em prisão domiciliar, a opositora birmanesa Aung San Suu Kyi, premiada em 1991, foi autorizada a viajar a Oslo pela junta militar que governava Mianmar, mas decidiu não ir.

Em 2010, o dissidente chinês Liu Xiaobo estava preso. O prêmio foi colocado sobre uma cadeira, simbolicamente vazia.

E em 2022, o ativista de direitos humanos bielorrusso Ales Bialiatski, preso, foi representado pela esposa, Natalia Pinchuk.

- Um prêmio (quase sempre) para os vivos -

Desde 1974, os estatutos da Fundação Nobel preveem que o prêmio não pode ser concedido em caráter póstumo, exceto se a morte ocorrer depois que for anunciado o nome do premiado.

Até a norma ter sido colocada por escrito, apenas duas personalidades foram contempladas, ambas suecas: o poeta Erik Axel Karfeldt (Literatura, em 1931) e o supostamente assassinato secretário-geral da ONU, Dag Hammarskjöld (Nobel da Paz em 1961).

Também aconteceu de o prêmio não ser concedido como forma de prestar um tributo a um contemplado falecido, como em 1948, após o assassinato de Gandhi.

Um agraciado recente não teve a chance de atender o famoso telefonema que anuncia o Nobel: após o prêmio de Medicina, concedido em 2011 ao canadense Ralph Steinman, soube-se de sua morte três dias antes, embora ele continue na lista de ganhadores.

- Poucas mulheres contempladas -

As mulheres são apenas 6% do total de premiados, com 60 contempladas desde 1901.

O Nobel de Economia é o lanterna entre as mulheres, com apenas 2,2%. Em seu conjunto, os prêmios concedidos às ciências foram concedidos às mulheres em 3,7% dos casos. O de Literatura também é coisa de homens (14,2% foram para mulheres). Quanto ao Nobel da Paz, apenas 16% dos premiados são mulheres.

Desde o início do século XXI, 31 mulheres foram recompensadas, três vezes mais do que nas duas décadas anteriores. O ano de 2009 marcou um recorde para as mulheres, com cinco prêmios, inclusive o de Economia, concedido à americana Elinor Ostrom.

Mas, a primeira pessoa a ganhar duas vezes um Nobel foi uma mulher: a francesa de origem polonesa Marie Curie (Física em 1903 e Química em 1911).

- Matemática -

Por que não existe um Nobel de matemática? Reza a lenda que Alfred, inventor da dinamite, teria se vingado assim do amante de sua própria amante, o matemático Magnus Gösta Mittag-Leffler.

Não há provas que apoiem esta hipótese e a explicação mais provável é que em 1895, ano em que Nobel redigiu seu testamento, já existia uma premiação na Suécia para esta disciplina.

Além disso, no começo do século XX, as ciências aplicadas tinham o apoio das elites e da opinião pública, para as quais não estaria claro qual era a dívida da humanidade com a matemática.

- Cerimônias em 10 de dezembro -

Os prêmios são anunciados no começo de outubro, mas são entregues em Estocolmo e Oslo em 10 de dezembro, aniversário da morte de Nobel.

Em Estocolmo (prêmios científicos, de Economia e Literatura), a cerimônia termina com um banquete para cerca de 1.300 pessoas na Prefeitura, na presença do rei Carl Gustaf XVI e da rainha Sílvia.

Em Oslo (Nobel da Paz), cerca de mil convidados se reúnem para a cerimônia também na Prefeitura, antes de um banquete para um grupo reduzido.

O embaixador da Rússia foi excluído da cerimônia em Estocolmo devido à guerra na Ucrânia. Já em Oslo, o Instituto Nobel norueguês prevê convidar todos os embaixadores.

A.Gmeiner--MP