Angelina Jolie espera 'não decepcionar' os fãs de Maria Callas com sua interpretação da diva
A atriz americana Angelina Jolie espera "não decepcionar" os fãs da cantora Maria Callas com a sua atuação no filme "Maria", do chileno Pablo Larraín, apresentado em competição nesta quinta-feira (29) no 81º Festival de Cinema de Veneza.
Jolie (49 anos) interpreta Callas em sua última semana de vida, em Paris, e ainda ousa dar-lhe a voz depois de quase sete meses treinando as cordas vocais.
Tudo ao serviço de uma personagem de vida atormentada, com quem, confessou em conferência de imprensa, compartilha uma certa "vulnerabilidade".
"Para mim a referência foram os fãs de Maria Callas, aqueles que gostam de ópera, para não decepcioná-los", explicou aos jornalistas antes da estreia.
Larraín já dirigiu filmes sobre outras grandes figuras femininas como "Jackie", sobre a esposa do falecido presidente John F. Kennedy, ou "Spencer", sobre Lady Di.
Apaixonado por ópera, a ideia começou a ganhar corpo quando percebeu que "quase não há filmes sobre as estrelas" do gênero lírico, disse o diretor chileno, que ganhou o prêmio de Melhor Roteiro do festival do ano passado com "O Conde".
Larraín mistura a voz de Jolie com as gravações originais de "La Diva" ao longo do filme, filmadas em cenários lendários como o Scala de Milão.
Jolie confessou que na juventude era mais fã de música "punk", mas para o papel de Maria Callas não hesitou em ceder aos desejos do diretor.
"Pablo é alguém que não faz as coisas pela metade", declarou com um sorriso.
"Quando você atinge um certo nível de desespero, de tristeza, de amor, em certo ponto apenas alguns tipos de sons podem incorporar esses sentimentos", confessou a atriz.
Vencedora do Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante por "Garota, Interrompida" (2000), Jolie esteve ausente das telonas nos últimos anos.
A atriz realiza inúmeras campanhas humanitárias e foi protagonista de um divórcio de grande repercussão com o ator Brad Pitt, que ainda ocupa as manchetes.
Questionada sobre a sua proximidade com Callas, que morreu aos 53 anos em Paris, depois de se aposentar dos palcos e viver um sofrido caso de amor com o bilionário Onassis, Jolie confessou que elas estão unidas por um sentimento de "vulnerabilidade".
"Há muitas coisas que não direi nesta sala e que vocês provavelmente já sabem", admitiu. "Compartilho essa vulnerabilidade acima de tudo" com a diva da ópera, acrescentou.
F.Koch--MP