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Ex-militar é condenado nos EUA por vazar documentos classificados
Ex-militar é condenado nos EUA por vazar documentos classificados / foto: Stefani REYNOLDS - AFP

Ex-militar é condenado nos EUA por vazar documentos classificados

O ex-militar da Guarda Nacional Aérea dos Estados Unidos Jack Teixeira foi condenado nesta terça-feira (12) a 15 anos de prisão pelo vazamento de documentos classificados, principalmente sobre a guerra da Ucrânia.

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Teixeira, 22, declarou-se culpado em março de seis acusações por violação da lei de espionagem. Ele reconheceu ter vazado na plataforma Discord dezenas de documentos confidenciais do governo, que acabaram sendo publicados em outras redes sociais.

"Queria dizer que sinto muito por todo o mal que causei, e que não acho que eu possa resumir o quão arrependido estou", disse Teixeira à juíza distrital Indira Talwani, antes do anúncio da sentença, informou o jornal Boston Globe.

"Meu comportamento causou um turbilhão na vida da minha família, dos meus amigos, de qualquer pessoa que eu tenha afetado no exterior. Toda a responsabilidade e as consequências recaem sobre os meus ombros", acrescentou Teixeira, que compareceu algemado para ouvir a sentença.

"O profundo abuso de confiança de Teixeira colocou em risco a segurança do nosso país e a de nossos aliados", reagiu o procurador-geral, Merrick Garland.

A promotoria havia solicitado uma pena de 200 meses, pelo papel central de Teixeira "em uma das violações mais significativas e transcendentais da história dos Estados Unidos".

A juíza quis enviar com a sentença um aviso para outras pessoas que possam estar pensando em fazer o mesmo: "Você pode ser jovem, mas, provavelmente, sabe melhor do que a minha geração como é fácil disseminar coisas" pela internet.

- Segredos -

"Jack Teixeira tomou a decisão deliberada, dia após dia, semana após semana, ao longo de mais de um ano, de compartilhar os segredos das nações que lhe foram confiados", ressaltou o procurador distrital de Massachusetts, Joshua Levy.

Segundo o tribunal, Teixeira começou a vazar documentos em janeiro de 2022, e foi preso em abril do ano seguinte, na casa de seus pais, perto de Boston, após semanas de investigações das forças de segurança para descobrir como informações sensíveis do Pentágono haviam ido parar na internet.

A maior parte dos documentos vazados por Teixeira tinha relação com a invasão russa à Ucrânia. Alguns continham informações sensíveis, como movimentos detalhados de tropas e o cronograma do fornecimento de armas a Kiev, segundo os investigadores.

O caso levantou questionamentos sobre possíveis falhas de segurança, uma vez que o jovem, que ocupava o terceiro grau mais baixo na hierarquia, tinha acesso a dados cruciais.

O vazamento levou a uma reforma na gestão de informações classificadas. "O dano que o réu causou à segurança do país ao revelar informações de defesa nacional foi extraordinário", ressaltaram os promotores.

A condenação pode não pôr fim aos problemas legais de Teixeira. A Força Aérea anunciou que deseja processá-lo em uma corte marcial por suspeita de má conduta.

J.P.Hofmann--MP