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G20 Social, o toque popular de Lula antes da grande cúpula de chefes de Estado
G20 Social, o toque popular de Lula antes da grande cúpula de chefes de Estado / foto: Mauro PIMENTEL - AFP

G20 Social, o toque popular de Lula antes da grande cúpula de chefes de Estado

Para evitar que apenas vinte pessoas definam “os destinos da humanidade”, movimentos sociais e ativistas se reúnem a partir desta quinta-feira (14) no Rio de Janeiro no G20 Social, uma iniciativa inédita do governo brasileiro antes da reunião de cúpula dos principais líderes mundiais.

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Alheios ao ataque ocorrido na véspera em Brasília, quando um homem carregando explosivos morreu ao tentar atacar o Supremo Tribunal Federal, centenas de participantes deram sinais do multiculturalismo do evento.

Povos indígenas, agricultores, jovens de favelas desfilaram pela Praça Mauá e seus arredores, no centro da 'Cidade Maravilhosa', vestindo camisetas com tradicionais mensagens de protesto da esquerda brasileira.

O evento de três dias é uma ideia do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com o objetivo de incluir a sociedade civil na reunião que será realizada na segunda e na terça-feira pelos líderes das maiores economias do mundo.

O G20 são vinte pessoas "definindo os destinos da humanidade, das populações, sem a participação do povo e da população. O Lula está chamando o povo para participar desse processo”, disse Márcio Macedo, chefe da Secretaria-Geral da Presidência, responsável pela coordenação do G20 Social.

O evento será inaugurado com a presença de autoridades brasileiras, como os ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e a primeira-dama, Rosangela “Janja” da Silva.

Vai durar até sábado com mais de 270 atividades organizadas por movimentos sociais, autoridades, universidades ou organizações internacionais sobre "lutas sociais", como os direitos da população LGBTQIAPN+, a igualdade salarial, a luta contra o racismo e um tribunal popular anti-imperialista, entre outros.

- Pelo meio ambiente e contra a guerra -

"Espero que os governantes olhem mais para a parte climática e contra a guerra", disse à AFP Neiberth Luiz, um ativista de 36 anos, de boné vermelho, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e que viajou do estado de Minas Gerais.

Estão marcadas sessões plenárias para sexta-feira para discutir os três eixos propostos pelo Brasil à cúpula do G20: combate à fome, à pobreza e às desigualdades; sustentabilidade e mudança climática; e reforma da governança global.

Durante a cerimônia de encerramento, no sábado, será entregue a Lula um texto com as "demandas e aspirações" da sociedade civil.

O governo brasileiro espera que o documento seja incorporado – nas questões sobre as quais há consenso – na declaração final dos líderes do G20.

"Espero que tudo seja acatado, que seja o melhor para todos. Nós precisamos de apoio, de resistência", disse a indígena potiguara Cristina Ferreira da Silva, de 51 anos.

Com um cocar de penas na cabeça, Cristina planejava participar de um evento convocado pela Central Única dos Trabalhadores do Brasil, com o objetivo de saber o que "está acontecendo no mundo".

Outro destaque desse popular G20: o Festival Cultural da Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza, inspirado nos grandes shows Live Aid e Free Nelson Mandela, realizados em Londres em 1985 e 1988.

Apelidado de “Janjapalooza” pela imprensa por ser promovido pela primeira-dama, o evento reunirá ícones da música brasileira como Zeca Pagodinho, Seu Jorge, Daniela Mercury, Maria Rita e Alceu Valença.

O evento, que tem entrada franca, foi alvo de críticas por causa dos custos envolvidos na montagem e no pagamento dos artistas.

O.Wagner--MP