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Funcionários públicos entram em greve no Canadá por reajuste salarial e trabalho remoto
Funcionários públicos entram em greve no Canadá por reajuste salarial e trabalho remoto / foto: Lars Hagberg - AFP

Funcionários públicos entram em greve no Canadá por reajuste salarial e trabalho remoto

Um terço do funcionalismo público canadenses entrou em greve, nesta quarta-feira (19), para reivindicar reajuste salarial e mais teletrabalho, em um dos mais importantes movimentos sociais das últimas décadas no país.

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Depois de meses de negociações com o governo do primeiro-ministro Justin Trudeau, a Aliança da Função Pública do Canadá (AFPC, na sigla em francês), anunciou que não se chegou a um acordo e que a greve foi iniciada com pelo menos 150 pontos de concentração de trabalhadores em todo o país.

“Queremos o teletrabalho e um aumento salarial”, afirmou a servidora pública Farah, que trabalha em Montreal. Ele não quis dar seu sobrenome.

“Adaptamos praticamente toda a nossa vida ao teletrabalho. Não queremos mais perder duas horas no transporte”, acrescentou.

O protesto atinge, principalmente, os serviços de entrega de passaporte, imigração e Receita, mas também uma parte dos inspetores de grãos nos portos.

- Inflação -

“Esperávamos não sermos obrigados a entrar em greve, mas esgotamos todos os mecanismos para chegar a um contrato justo”, argumentou o presidente da AFPC, Chris Aylward.

"Continuaremos em greve até que o governo aborde nossas principais pautas na mesa de negociações", acrescentou, destacando que se trata de uma "greve histórica".

O último antecedente de um movimento dessa magnitude no país data de 1991.

A AFPC exige um aumento salarial de 13,5% em três anos para aliviar a inflação. O governo propõe 9%.

A inflação chegou a 8,1% no ano passado no Canadá, e hoje está em torno de metade desse percentual.

O sindicato pede, em particular, maior flexibilidade para o teletrabalho. Os funcionários, a maioria dos quais trabalha remotamente em período integral desde a pandemia da covid-19, não querem ser forçados a trabalhar dois, ou três, dias por semana no escritório.

"É importante que os sindicatos voltem à mesa de negociações", disse Trudeau na quarta-feira.

Embora tenha reiterado seu apoio ao direito de greve, o primeiro-ministro afirmou que "os canadenses vão perder a paciência, se o processo se arrastar".

Ch.Mayr--MP