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Banco regional americano PacWest derruba setor bancário em Wall Street
Banco regional americano PacWest derruba setor bancário em Wall Street / foto: Patrick T. Fallon - AFP

Banco regional americano PacWest derruba setor bancário em Wall Street

O banco regional americano PacWest voltou a levar um tombo na bolsa de Nova York, nesta quinta-feira (4), em um mercado temeroso de um novo capítulo da crise bancária nos Estados Unidos, e acabou afetando todo o setor.

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Nesta quinta, o banco regional sediado em Los Angeles perdeu 50% de seu valor em bolsa. Sua capitalização acionária encolheu, assim, 90% desde o início da crise no setor bancário.

O banco californiano começa a seguir uma trajetória similar à do First Republic, comprado na segunda-feira pelo JPMorgan Chase.

Agora, o PacWest é considerado o novo elo fraco de um sistema que assistiu a quatro quebras de bancos desde março.

O Pacific Western - ou PacWest - é o 53º do setor nos Estados Unidos em volume de ativos, com 41 bilhões de dólares (pouco mais de 210 bilhões de reais) no fim de 2022.

O tombo deste banco regional arrastou outros atores do setor na bolsa, como o banco Western Alliance (-38%) de Phoenix, no Arizona, e o texano Comerica (-12%).

Todo o setor sofreu em Wall Street nesta quinta, até mesmo bancos grandes, do Wells Fargo (-4,25%) ao Bank of America (-3,12%), todos gigantes do setor que atraíram para seus cofres depósitos de clientes temerosos diante das dificuldades dos bancos regionais.

- Estresse prolongado -

"Não houve calmaria após a compra do First Republic", afirmou Edward Moya, da consultoria Oanda. "O alvo se moveu de um banco para outro e o setor está em dificuldades", resumiu.

"Parece que o medo assumiu o controle", afirmou Alexander Yokum, analista da CFRA, especializado em bancos regionais. "É um círculo vicioso", resumiu.

Na quarta, após o fechamento em Wall Street, os diretores do PacWest destacaram, em nota, que "examinam todas as opções estratégicas" e que foram "contactados por vários sócios e investidores em potencial".

"As conversas continuam", afirmaram.

A mensagem tentava transmitir tranquilidade, pois o PacWest informou não ter registrado saques excepcionais após a compra do First Republic pelo JPMorgan Chase depois que as autoridades americanas tomaram seu controle para evitar uma quebra após saques maciços de depósitos.

"Nossos recursos em dinheiro e liquidez disponíveis continuam sendo sólidos", acrescentou o PacWest.

No primeiro trimestre, a instituição teve uma redução de depósitos de 17%, segundo resultados trimestrais, publicados na semana passada.

Muitos bancos regionais são cotados na bolsa e são presa fácil dos especuladores. Segundo a empresa especializada Ortex, os vendedores a descoberto, que apostam na baixa dos títulos, ganharam cerca de 100 milhões de dólares (aproximadamente 500 milhões de reais) às custas do PacWest nesta quinta-feira.

Desde o início da crise bancária, no começo de março, quatro companhias do setor fecharam ou foram adquiridas por outros bancos maiores: Silvergate Bank, Silicon Valley Bank (SVB), Signature Bank e, por último, o First Republic.

"Haverá mais bancos sob estresse", apostou Edward Moya. Trata-se de uma situação com a qual "teremos que lidar até o fim do ano e inclusive depois disso", acrescentou.

K.Lang--MP