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Ucrânia afirma que seu avanço no sul abre caminho à península da Crimeia
Ucrânia afirma que seu avanço no sul abre caminho à península da Crimeia / foto: Anatolii Stepanov - AFP

Ucrânia afirma que seu avanço no sul abre caminho à península da Crimeia

A Ucrânia afirmou, nesta quarta-feira (30), que a captura de Robotyne no sul do país, na segunda-feira (28), marca uma vitória estratégica que abre caminho para que as suas forças avancem rumo às posições russas no sul, em direção à Crimeia.

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"Ao nos entrincheirarmos nos flancos de Robotyne, abrimos o caminho para [as cidades do sul de] Tokmak, e depois para Melitopol e para a fronteira (administrativa) da Crimeia", disse o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, a diplomatas franceses em um discurso transmitido nesta quarta-feira.

O Exército russo ainda não comunicou a sua saída desta cidade, mas informou sobre violentos combates em torno da cidade vizinha, Verbove.

"A área cinzenta de Robotyne-Verbove será transformada em uma vala comum para as forças armadas ucranianas", escreveu no Telegram o chefe da ocupação russa da região de Zaporizhzhia (sul), Evgeny Balitsky.

Kiev lançou uma contraofensiva em junho para recuperar os territórios ocupados pela Rússia desde o início da invasão, em fevereiro de 2022, assim como a Crimeia, península anexada por Moscou em 2014.

Mas até agora os seus avanços têm sido limitados no leste e no sul do país, onde as forças russas se consolidaram com trincheiras, armadilhas antitanque e campos minados.

Longe da linha de frente, pelo menos duas pessoas morreram e três ficaram feridas nesta quarta-feira durante um bombardeio russo com drones e mísseis na capital Kiev, o "pior desde a primavera", segundo as autoridades locais.

A Rússia também foi alvo de ataques de drones. Um deles chegou a danificar vários aviões militares no aeroporto de Pskov, no noroeste do país.

- 28 mísseis de cruzeiro -

Um jornalista da AFP em Kiev ouviu pelo menos três grandes explosões por volta das 05h00 (23h00 de terça, no horário de Brasília). Mas os ataques também atingiram outras regiões do país, como Odessa e Mykolaiv.

Ao todo, 28 mísseis de cruzeiro e 16 drones explosivos foram lançados pelas forças russas, segundo o Exército ucraniano, que afirmou que todos foram derrubados.

Outro bombardeio matou pelo menos duas pessoas na região de Donetsk (leste), informou o Ministério Público da região.

O Exército de Moscou afirma ter como alvo "centros de controle e de inteligência" ucranianos com "armas de alta precisão". A Rússia também relatou ter afundado vários navios militares ucranianos no Mar Negro.

Tanto Kiev quanto Moscou intensificaram a sua presença nessa área desde que a Rússia se dissociou de um acordo auspiciado pela ONU e pela Turquia para facilitar a exportação de cereais ucranianos através destas águas.

- Ataques de drones contra Rússia -

A Rússia também foi alvo de ataques de drones nesta quarta-feira. O Ministério da Defesa russo informou ter derrubado dispositivos deste tipo em diversas regiões, como na baía de Sebastopol, na Crimeia.

Sebastopol é a base da frota russa do Mar Negro e a cidade mais importante da Crimeia, alvo frequente de ataques de Kiev.

Os drones também tiveram como alvo Bryansk e Oryol, perto da Ucrânia, assim como Kaluga e Ryazan, nos arredores de Moscou. As autoridades russas não relataram danos.

O Exército russo não mencionou, no entanto, nenhum ataque ao aeroporto de Pskov, a cerca de 800 quilômetros da Ucrânia e perto das fronteiras da Letônia e da Estônia, ex-repúblicas soviéticas agora dentro da União Europeia.

O governador da região de mesmo nome, Mikhail Vedernikov, relatou o ataque durante a noite e publicou um vídeo nas redes sociais de um grande incêndio com sons de explosões e sirenes ao fundo.

Dois aviões de transporte pesado pegaram fogo, informou o Ministério de Emergências, citado pela agência de notícias russa RIA Novosti.

G.Vogl--MP