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Ações da BP caem após demissão do CEO
Ações da BP caem após demissão do CEO / foto: Arun SANKAR - AFP

Ações da BP caem após demissão do CEO

As ações da gigante britânica do setor energético BP caíram nesta quarta-feira (13), um dia depois de seu CEO, Bernard Looney, ter-se demitido inesperadamente, em meio à acusação de ter ocultado relações pessoais com colegas de empresa.

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As ações da BP caíram 2,8%, fechando em 508,20 pence no índice FTSE 100 da Bolsa de Valores de Londres, apesar da alta dos preços do petróleo, que normalmente impulsiona as empresas de energia.

"O aumento dos preços do petróleo pode limitar algumas das consequências da demissão, mas esta é uma reviravolta dos acontecimentos muito inoportuna para os investidores", comentou Susannah Streeter, diretora de Dinheiro e Mercados da empresa de serviços financeiros Hargreaves Lansdown.

A BP anunciou, na tarde de ontem, que Looney, de 53 anos, deixou o cargo "com efeito imediato", após reconhecer "não ter sido totalmente transparente" sobre relacionamentos anteriores com colegas. O grupo acrescentou que sua posição será ocupada interinamente pelo diretor financeiro, Murray Auchincloss.

Em seu comunicado, a BP informa que, em maio de 2022, tomou conhecimento de "acusações relacionadas com o comportamento de Looney em suas relações pessoais com colegas de dentro do grupo".

Com isso, foi lançada uma investigação interna, na qual Looney, que assumiu o cargo em 2020, reconheceu "um pequeno número de antigas relações com colegas antes de se tornar CEO".

"Não se constatou nenhuma violação do código de conduta do grupo", disse a BP. "No entanto, apareceram novas acusações de natureza similar" e, "hoje (terça-feira), Looney informou ao grupo que reconhece não ter sido totalmente transparente em suas declarações anteriores".

"O grupo tem valores fortes, e o conselho de administração espera que todos se comportem de acordo com esses valores. Espera-se de todos os dirigentes, em particular, que deem o exemplo” para "ganhar a confiança dos outros", acrescentou a BP.

O irlandês deixa a função após quatro anos no cargo, tendo dirigido a empresa durante um período turbulento que incluiu enormes oscilações de preços, devido à pandemia da covid-19 e à invasão russa da Ucrânia.

- Uma vida inteira na BP -

Bernard Looney ingressou na empresa como engenheiro, em 1991, e ali passou toda sua carreira, ocupando diversos cargos operacionais e de gestão em vários países.

De origem irlandesa, Looney trabalhou para a BP nos Estados Unidos, no Vietnã e no Reino Unido.

Começou seu mandato apostando na transição energética e prometendo levar a empresa rumo à neutralidade de carbono, antes de o grupo conter essas ambições ambientais em fevereiro, na esperança de fortalecer suas ações e seduzir os investidores.

A BP então indicou que buscava aumentar seus lucros até 2030, investindo mais tanto em energias renováveis quanto em hidrocarbonetos.

Assim como outras grandes empresas do sector, a BP se beneficiou há um ano do aumento dos preços do gás e do petróleo, em um mercado impactado pela recuperação econômica pós-pandemia e pela invasão russa da Ucrânia. Um ano depois, os preços caíram, embora ainda estejam em níveis elevados.

A gigante britânica do petróleo e do gás viu seu lucro líquido ser dividido por cinco no segundo trimestre, para US$ 1,8 bilhão (R$ 8,8 bilhões na cotação atual).

P.Mueller--MP