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Em seu primeiro ato juntos, Biden e Kamala dão impulso à campanha democrata
Em seu primeiro ato juntos, Biden e Kamala dão impulso à campanha democrata / foto: Drew ANGERER - AFP

Em seu primeiro ato juntos, Biden e Kamala dão impulso à campanha democrata

Joe Biden e Kamala Harris deram uma demonstração de unidade, nesta quinta-feira (15), ao realizarem seu primeiro evento público conjunto desde que a vice-presidente o substituiu como candidata do Partido Democrata para as eleições presidenciais de novembro nos Estados Unidos.

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Cânticos de "Obrigado Joe!" ressoaram entre o público em um colégio em Maryland, perto de Washington.

Biden foi celebrado quando atribuiu para si o mérito de um importante acordo para reduzir os preços dos medicamentos para os beneficiários do seguro médico federal Medicare.

No entanto, a maior estrela foi a vice-presidente de Biden, que uniu o Partido Democrata e tem superado nas pesquisas o republicano Donald Trump desde que entrou de forma abrupta na corrida eleitoral. "Ela pode ser uma grande presidente", disse Biden sobre Kamala.

A aparição conjunta ocorreu algumas horas antes de Trump realizar uma coletiva de imprensa em seu clube de golfe em Nova Jersey.

O magnata do setor imobiliário e ex-presidente (2017-2021) tem apresentado dificuldades para seguir com sua campanha desde que Biden se retirou da disputa em 21 de julho, em meio a temores do partido de que estava muito velho e fatigado para enfrentar Trump.

Até então, Trump estava subindo de maneira constante nas pesquisas, em grande parte por sua mensagem de que Biden estava perdendo sua acuidade mental, uma acusação que ganhou força quando o presidente teve um desempenho sofrível em um debate presidencial na televisão.

Agora é Kamala Harris, de 59 anos, que ganha impulso contra Trump, de 78. E Biden, aos 81 anos e no final de seu mandato, parece revitalizado, abraçando o papel de mentor que passa o bastão para sua protegida.

Em seu discurso, Biden disse que o plano dos democratas era "dar uma surra" nos adversários republicanos e provocou risos ao fingir que não sabia o nome de Trump: "Donald Dump [lixeira em inglês]", brincou.

- 'Histórico' -

Kamala, que será coroada como candidata democrata na convenção do partido que acontece em Chicago na próxima semana, deu uma demonstração de deferência vice-presidencial, fazendo apenas comentários breves e destacando que foi uma honra para ela servir sob o comando do "ser humano mais extraordinário".

"Há muito amor nesta sala por nosso presidente", disse ela entre aplausos.

O acordo do governo com as farmacêuticas reduzirá o preço que os aposentados pagam por dez medicamentos-chave, que incluem tratamentos para diabetes e insuficiência cardíaca.

O acordo com os produtores que, segundo a Casa Branca, fará os beneficiários do seguro médico federal Medicare - ou seja, pessoas acima dos 65 anos - e os contribuintes economizarem, respectivamente, US$ 1,5 bilhão (R$ 8,19 bilhões) e US$ 6 bilhões (R$ 32,7 bilhões), no primeiro ano de sua entrada em vigor, tem conotações eleitorais para Kamala, já que o custo de vida será um fator determinante no pleito.

"Durante anos, milhões de americanos tiveram que escolher entre comprar remédios ou alimentos", disse Biden em comunicado, "mas enfrentamos [os laboratórios] e ganhamos", acrescentou.

A vice-presidente, por sua vez, prometeu que a medida não pararia por aí, ao apontar que o custo de outros medicamentos será discutido nos próximos anos.

Em sua declaração, Kamala qualificou as negociações com as companhias farmacêuticas de "históricas" e "que mudaram a vida" dos americanos que pagam pelos medicamentos receitados.

Os preços dos medicamentos, que não são regulados em nível nacional nos Estados Unidos, costumam ser muito mais elevados do que em outros países desenvolvidos. É comum que até mesmo os segurados tenham que pagar parte do custo do próprio bolso.

- Programa econômico -

Nesta sexta-feira, Kamala vai apresentar pela primeira vez os detalhes de seu programa econômico.

Espera-se que a vice-presidente siga em grande medida a agenda econômica de Biden, enquanto também tenta se diferenciar e evitar a repulsa dos eleitores pelo aumento da inflação depois da pandemia de covid-19.

As pesquisas mostravam que os americanos confiavam mais em Trump do que em Biden para gerir a maior economia do mundo, mas um levantamento recente do jornal Financial Times e da Universidade de Michigan revelou que Kamala já ultrapassou o republicano: 42% contra 41%.

A.Schneider--MP