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Vaticano reconhece santuário de Medjugorje, mas não as mensagens da Virgem
Vaticano reconhece santuário de Medjugorje, mas não as mensagens da Virgem / foto: ELVIS BARUKCIC - AFP

Vaticano reconhece santuário de Medjugorje, mas não as mensagens da Virgem

O Vaticano anunciou nesta quinta-feira (19) o seu reconhecimento do santuário de Medjugorje, na Bósnia-Herzegovina, sem, no entanto, comentar as “supostas mensagens” da Virgem Maria aos fiéis que ali acorrem aos milhões há mais de 40 anos.

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Em um documento de cerca de 20 páginas aprovado pelo papa Francisco, o poderoso Dicastério (ministério) para a Doutrina da Fé explica que queria “concluir uma longa e complexa história em torno dos fenômenos espirituais de Medjugorje”, que tinha dado origem a “opiniões divergentes” dentro da comunidade católica.

O Vaticano finalmente dá “luz verde à devoção e à experiência espiritual” dos fiéis em Medjugorje, um vilarejo de 2.300 habitantes que se tornou um local de peregrinação popular depois que seis jovens alegaram ter visto a Virgem Maria lá em 1981.

Desde então, um milhão de pessoas comparecem todos os anos, algumas delas relatando as palavras que Nossa Senhora, também conhecida como a “Rainha da Paz”, teria dito a elas.

- Uma bênção para a Igreja -

O reconhecimento do Vaticano, explica o documento, “não implica em um julgamento sobre a vida moral dos supostos visionários”. O dicastério também não se pronuncia sobre o caráter sobrenatural ou não das “supostas” mensagens de Maria.

O texto até adverte contra “certas mensagens que apresentariam contradições ou estariam ligadas aos desejos ou interesses dos supostos videntes ou de outras pessoas”. Entretanto, não questiona a sinceridade dos fiéis que visitam o site ou que afirmam ter testemunhado aparições e declarações marianas.

O Vaticano aponta especialmente para as virtudes do local a serviço da Igreja e da prática religiosa, o que chama de “os frutos positivos” de Medjugorje: alguns visitantes descobrem sua fé ali, outros a redescobrem ou a reforçam, etc.

A história da Igreja Católica está repleta de fenômenos estranhos ou inexplicáveis relacionados a estátuas religiosas (as virgens chorando), outros artefatos ou testemunhos de aparições.

Diante dessas manifestações às vezes incomuns - mais recentemente, uma “multiplicação” de pizzas na Itália - o Vaticano publicou “normas” em maio nas quais pede o máximo de cautela na interpretação desses fenômenos.

Desde 1950, apenas seis eventos sobrenaturais foram “oficialmente resolvidos” pelo Vaticano.

D.Richter--MP