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Ancelotti-Terzic, um abismo geracional na final da Champions
Ancelotti-Terzic, um abismo geracional na final da Champions / foto: Thomas COEX - AFP

Ancelotti-Terzic, um abismo geracional na final da Champions

A idade, a carreira como jogadores ou o histórico como treinadores: um abismo parece separar Carlo Ancelotti (Real Madrid) e Edin Terzic (Borussia Dortmund) antes da grande final da Liga dos Campeões, no sábado.

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O duelo em Wembley vai abrilhantar ainda mais a carreira de uma lenda viva do futebol atual ou vai consagrar um representante da nova geração de técnicos?

- Ancelotti luta por sua 7ª Champions -

Aos 64 anos, o italiano Ancelotti não tem nada a provar e no sábado pretende acrescentar o sétimo título de campeão continental a sua longa e vitoriosa trajetória no futebol.

Ele ergueu a taça duas vezes como jogador, em 1989 e 1990, como membro da equipe comandada por Arrigo Sacchi no lendário Milan dos holandeses Marco Van Basten, Ruud Gullit e Frank Rijkaard.

Sua carreira como jogador se estendeu de 1976 a 1992, inteiramente na Itália, em equipes de prestígio (Parma e, sobretudo, Roma e Milan).

Como treinador, conquistou quatro Ligas dos Campeões, duas comandando o Milan (2003 e 2007) e outras duas no Real Madrid (2014 e 2022).

A esses se soma outra longa lista de troféus e a honra de ter conquistado os campeonatos nacionais nas cinco principais ligas europeias, graças às suas passagens pelo Milan, Chelsea, Paris Saint-Germain, Bayern de Munique e Real Madrid.

Mas apesar da experiência, Ancelotti garante que a ansiedade nos momentos decisivos ainda está presente.

"As preparações para os grandes jogos são sempre semelhante. Há felicidade em estar lá e depois vêm o nervosismo ou os medos", disse ele na contagem regressiva para a final em Wembley.

- Edin Terzic, o aprendiz de Klopp -

A carreira de Terzic, que tem 41 anos, está a anos-luz da do 'mestre' italiano.

Ele nasceu em Menden, a 45 quilômetros de Dortmund, numa família de trabalhadores migrantes dos Balcãs, com pai originário da Bósnia e mãe croata.

Sempre foi torcedor do Borussia Dortmund e aos 14 anos comemorou o único título de campeão europeu do clube, em 1997, como um integrante da 'Muralha Amarela'. Chegou até a ir com o irmão ao aeroporto para receber os jogadores.

Como jogador, passou por times 'amadores' e de divisões inferiores, muito diferente de Ancelotti, e começou a crescer como treinador exatamente no Dortmund.

Primeiro com a ajuda de Hannes Wolf, que o contratou como assistente nas categorias juvenis do Dortmund, onde jogou com o então promissor Antonio Rüdiger, que será seu adversário na final de sábado.

Terzic também passava informações diretamente a Jürgen Klopp, então treinador do time principal, sobre a evolução dos jovens jogadores promissores.

Sob o comando do croata Slaven Bilic, foi assistente no turco Besiktas e no inglês West Ham, suas únicas experiências fora da Alemanha, e depois voltou para casa, ao Dortmund.

Ele foi técnico do time titular pela primeira vez interinamente em 2021, levando ao título da Copa da Alemanha daquele ano, seu único troféu até hoje.

Já em meados de 2022, foi nomeado treinador principal e nessa primeira temporada completa quase conquistou a Bundesliga, mas na última rodada o Dortmund falhou quando tinha tudo a seu favor e terminou com um amargo vice-campeonato.

Nesta temporada, Terzic chegou a correr risco de ser despedido antes do Natal, quando a equipe passou por uma má sequência (7 pontos em 24 possíveis), mas resistiu no cargo.

Na Bundesliga, o Dortmund terminou em quinto lugar e está classificado para a próxima Liga dos Campeões, mas ter chegado à final em Londres dá uma nova dimensão à sua temporada e pode fazer com que entre para a história.

"Tenho o maior respeito por Ancelotti, mas estamos preparados para a final. É normal ficar nervoso antes de um jogo como este, mas confio plenamente na minha equipe", avisou Terzic na terça-feira, no 'Media Day' anterior à final.

F.Hartmann--MP