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Esporte ajuda feridos de guerra ucranianos a se sentirem 'vivos'
Esporte ajuda feridos de guerra ucranianos a se sentirem 'vivos' / foto: Genya SAVILOV - AFP

Esporte ajuda feridos de guerra ucranianos a se sentirem 'vivos'

O esporte permite que os feridos de guerra ucranianos "se sintam vivos", afirmou à AFP o ex-jogador Andriy Shevchenko, no âmbito do Campeonato Europeu de Futebol para Amputados, disputado no início do mês em Evian (leste da França).

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"Nós estamos vivos hoje graças a estes ex-combatentes", disse o vencedor da Bola de Ouro em 2004 e atual presidente da Federação Ucraniana de Futebol (UFA).

Logo, permitir que os feridos na defesa do território ucraniano após a invasão russa em fevereiro de 2022 pratiquem um esporte é uma forma de ajudá-los a "retomar uma vida ativa graças ao futebol".

"O esporte é uma ferramenta poderosa de recuperação física e psicológica" para aqueles que retornam do front e permite que "se sintam vivos mesmo nestes tempos difíceis", reforça o ex-jogador do Milan, Chelsea e outros clubes.

Filho de um militar, Shevchenko estima que haja "70 mil amputados", a maioria ex-combatentes, atualmente na Ucrânia.

"Estamos elaborando um roteiro para os próximos cinco anos com o objetivo de desenvolver o futebol para amputados em todo o país", diz ele com orgulho.

- "Heróis" -

Atualmente, existem equipes para jogadores amputados em Lviv (oeste), Cherkasy (norte) e duas em Kiev, incluindo o Shakhtar Donetsk, que se mudou temporariamente para a capital porque o leste é a região mais afetada pelo conflito.

A nível internacional, a Ucrânia foi uma das 16 seleções participantes no Campeonato Europeu de Futebol para Amputados, realizado na França no início de junho.

Os jogos têm duração de 50 minutos e cada equipe é formada por seis jogadores na linha e um goleiro. "Quatro ou cinco" jogadores que participaram do torneio são ex-soldados ucranianos, observou Shevchenko.

"São uma grande fonte de inspiração para os civis amputados da equipe", afirmou o técnico da seleção ucraniana da modalidade, Dmytro Rzhondovskyi, que não hesita em descrever estes ex-combatentes como "heróis".

"Não sou um soldado, mas sim um ucraniano que ajuda estes soldados, homens e mulheres, a se reajustarem à vida depois de sofrerem ferimentos traumáticos", acrescentou.

Após este torneio, Rzhondovskyi preparará a seleção feminina de amputadas para a Copa do Mundo que será organizada em Barranquilla (Colômbia), de 2 a 11 de novembro.

Mas o treinador ainda não tem certeza se poderá viajar ao país sul-americano.

"No momento não estou na frente, estou em Kiev... mas não sei onde estarei amanhã. É uma situação muito complicada porque talvez me chamem para lutar", concluiu.

F.Koch--MP