Grande favorita, França estreia na Euro-2024 contra Áustria falando de política
A França estreia na Euro-2024 como franca favorita, nesta segunda-feira (17), em Dusseldorf às 16h00 (horário de Brasília), contra a Áustria, depois de alguns dias marcados pelos debates políticos sobre a situação do país na concentração da seleção.
Em Paderborn, onde a atual vice-campeã mundial está concentrada, questões políticas marcaram as últimas aparições dos jogadores, depois da crise desencadeada no país pela vitória da extrema-direita nas eleições europeias de 9 de junho, que levou o presidente Emmanuel Macron a dissolver o Parlamento e convocar eleições legislativas imediatas.
Legítimo herdeiro de seu pai, a lenda dos 'Bleus' e ativista político Lilian Thuram, Marcus Thuram fez um apelo no sábado: "Acho que a situação é triste e muito grave. Temos que dizer a todos para votarem e lutarem diariamente para evitar a vitória".
Esta posição levou a Federação Francesa a emitir um comunicado pedindo "neutralidade" aos jogadores e aos jornalistas para que deixassem de perguntar sobre o assunto para "evitar qualquer forma de pressão e uso político da seleção francesa".
O novo e mais importante capítulo veio neste domingo com Mbappé sentado diante da imprensa.
"Acredito que nos encontramos num momento crucial na história do nosso país. A situação é inédita. É por isso que quero me dirigir a todos o povo francês e à geração mais jovem que pode fazer a diferença. Apelo aos jovens para que vão votar. Vemos que os extremismos está às portas do poder, temos a oportunidade de decidir o futuro do nosso país", explicou o astro francês.
- Amistosos decepcionantes -
No âmbito esportivo, a finalista de três das últimas quatro grandes competições – vice-campeã da Eurocopa de 2016 e da Copa do Mundo de 2022 no Catar e campeã mundial na Rússia em 2018 – chega com a confiança que as estatísticas lhe dão: os 'Bleus' venceram suas estreias nos torneios desde que Didier Deschamps assumiu o comando, há 12 anos.
Mas também chega com um alerta após os resultados nos últimos amistosos: as derrotas contra a Alemanha em setembro de 2023 (2-1) e em março (2-0), além do empate insosso (0-0) diante do Canadá no dia 9 de junho.
"O status de favorito entra por um ouvido e sai pelo outro", garantiu Dembélé. "A verdade está em campo. Você pode enfrentar uma seleção austríaca que dificulta sua vida e você perde o jogo".
- 'Ajustes menores' -
"Este status não tem que nos atormentar, serve para nos dar confiança", acrescentou o veterano Olivier Giroud.
"Nos dois últimos amistosos não fomos bem, isso está claro, mas estamos conscientes. O mais importante é corrigir essas coisas para o primeiro jogo, temos que fazer pequenos ajustes, mínimos, não precisamos nos preocupar", acrescentou o maior artilheiro da história da seleção francesa (57 gols).
Também não se preocupa "em nada" com Kylian Mbappé, a grande estrela dos 'Bleus', que faltou a quatro treinos durante a preparação devido a pequenos problemas físicos.
Desde que revelou a sua lista de 25 jogadores, Deschamps garantiu que tem em mente o time titular para enfrentar a Áustria, mas terá de adaptá-lo às atuais condições físicas de seus jogadores.
Ele não vai escalar Aurélien Tchouaméni, lesionado nas últimas semanas, que voltou a treinar, mas chega no momento em que está ganhando ritmo.
- Alaba será auxiliar técnico da Áustria -
O duelo contra a Áustria não será uma estreia fácil para os 'Bleus'. Os austríacos não perdem há sete jogos, com uma goleada de 6 a 1 contra a Turquia e um 2 a 0 contra a Alemanha entre os seus resultados.
No comando está o grande nome por trás do projeto Red Bull no Salzburg e no Leipzig na década passada, Ralf Rangnick, que se recusou a assinar com o Bayern de Munique há algumas semanas para continuar crescendo com a seleção austríaca.
Na Eurocopa terá um auxiliar muito especial: a grande estrela da equipe, David Alaba, que não se recuperou da grave lesão no joelho, mas vai ficar no banco para ajudar os companheiros.
M.Schulz--MP