Relatório revela que atletas olímpicos russos violaram as condições do COI
Dois terços dos atletas russos autorizados pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) a competir como neutros em Paris-2024 não cumpriram as condições impostas por ele ao terem manifestado apoio à invasão russa da Ucrânia ou ao terem ligações com os militares, de acordo com um relatório.
Quinze russos e 16 bielorrussos aceitaram o convite do COI para competir em Paris (26 de julho a 11 de agosto) sob bandeira neutra.
Os atletas destes dois países foram excluídos de todas as competições internacionais após a invasão russa da Ucrânia, em fevereiro de 2022.
O COI programou uma readmissão gradual dos atletas, mas desde que cumprissem condições estritas, incluindo que não tivessem apoiado publicamente o conflito ou tivessem relação com o Exército.
A Global Rights Compliance, uma organização humanitária com sede em Haia, publicou um relatório denunciando que dez dos quinze atletas russos violaram “os princípios de participação” dos atletas neutros.
Embora esta organização tenha informado o COI “de evidências claras de violação” das condições impostas, o órgão olímpico “não agiu de acordo com as suas próprias regras”.
- O COI não pode comentar casos individuais -
Em um comunicado enviado à AFP, o COI disse que não poderia comentar casos individuais ou decisões tomadas por um dos seus comitês.
“Os atletas foram avaliados de acordo com as decisões do comitê executivo do COI e de acordo com os princípios estabelecidos. Não temos mais nada a acrescentar”, disse fonte da organização.
Segundo o informe publicado na quinta-feira (18), a ciclista russa Alena Ivanchenko, em março de 2022, “curtiu” uma mensagem nas redes sociais em que aparecia uma imagem do ditador Joseph Stalin com a frase “Uma trégua com o inimigo é possível após a sua destruição”.
A ciclista Tamara Dronova teria quebrado duas regras, tendo vínculos com órgãos de segurança e tendo apoiado publicamente a guerra, segundo o informe
Outro caso é o da canoísta Olesia Romasenko, que é membro do CSKA, clube desportivo russo que está sob a égide do Ministério da Defesa.
Os outros atletas russos apresentados no relatório são o canoísta Alexei Korovashkov, o nadador Evgenii Somov, a ginasta de trampolim Anzhela Bladtceva e os alertas Mirra Andreeva, Pavel Kotov, Diana Shnaider e Elena Vesnina.
Vesnina, por exemplo, curtiu uma mensagem que falava das “façanhas militares” de soldados russos matando ucranianos e publicou mensagens mostrando o símbolo ‘Z’, ligado aos militares russos, denunciou o relatório.
Dos 16 atletas bielorrussos, vários deles também não cumpriram as regras de elegibilidade.
No momento não houve reações dos comitês olímpicos russos ou bielorrussos.
A presidência francesa reagiu para defender o processo de seleção. “O número anunciado (de atletas autorizados) é extremamente baixo, o que demonstra a eficácia do sistema de controle aplicado”, declarou uma fonte.
F.Hartmann--MP