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Apps de encontros tomam medidas de precaução nos Jogos Olímpicos
Apps de encontros tomam medidas de precaução nos Jogos Olímpicos / foto: Martin BUREAU - AFP

Apps de encontros tomam medidas de precaução nos Jogos Olímpicos

Aplicativos de encontros restringiram suas funcionalidades em algumas áreas e lembram as diretrizes de prudência de olho no início dos Jogos Olímpicos de Paris, em especial para proteger atletas de serem ‘tirados do armário’ à força.

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"Esta funcionalidade infelizmente não está disponível", indica, por exemplo, o app de encontros entre homens Grindr quando um usuário tenta se geolocalizar com seu smartphone ou tablet na Vila Olímpica, onde ficará hospedada a maioria dos atletas, situada em Saint-Denis, na periferia norte de Paris.

"Os aplicativos de encontros são obviamente acessíveis dentro da Vila, mas a geolocalização foi desativada por alguns editores de aplicativos", confirmou o Comitê de Organização dos Jogos Olímpicos à revista francesa Têtu, especializada em conteúdos de temática LGBTQIA+.

O Grindr normalmente permite que seus usuários se posicionem no local que desejam por meio de um mapa do mundo, para então mostrar todos os perfis localizados em uma zona geográfica precisa.

Para um atleta que não revelou sua homossexualidade ou que vem de um país onde sua orientação sexual é reprimida, "a utilização do Grindr pode expor ao risco de ser descoberto por pessoas curiosas que poderiam tentar identificá-lo no aplicativo", advertiu a empresa americana em uma publicação em seu site na quarta-feira (24).

- Limitando funções -

O app já introduziu uma restrição similar durante os Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim-2022. Como nessa ocasião, agora um usuário não pode explorar os perfis de outra localização, não é mostrada a distância entre os usuários e foram bloqueadas as capturas de tela de perfis ou conversas.

Medidas dessa natureza foram tomadas após vários incidentes, nos últimos anos, que colocaram em evidência o risco de exposição não consentida para atletas LGBTQIA+.

Durante os Jogos Olímpicos do Rio-2016, o site americano The Daily Beast publicou um artigo, que depois foi retirado do ar, no qual um jornalista relatava seus encontros com atletas que havia conhecido pelo Grindr, incluindo detalhes que poderiam permitir a identificação dessas pessoas.

"Essa problemática diz respeito principalmente ao Grindr", destacou nesta sexta-feira à AFP um porta-voz do aplicativo Tinder, que viu seu uso disparar em 350% durante os Jogos Olímpicos de Inverno de Pyeongchang (Coreia do Sul) em 2018.

O Tinder, que pertence ao gigante americano de sites de relacionamentos Match Group, não permite situar a localização em um ponto exato, mas "apenas em um perímetro" de dois quilômetros no mínimo.

Outra diferença com relação ao Grindr é que, para iniciar um contato com outro usuário, é necessário "um consentimento mútuo" de maneira prévia.

- Segurança reforçada -

O Tinder aponta que tem recursos como o "modo incógnito", que permite ao usuário aparecer visível apenas para os perfis que ele próprio selecionou.

"É uma das funcionalidades que são bastante utilizadas pelas comunidades LGBTQIA+", disse o app, "especialmente no caso de pessoas que ainda estão refletindo sobre sua orientação sexual ou identidade de gênero".

Trata-se, contudo, de uma opção paga no Tinder, um modelo similar ao de outros aplicativos, como Grindr, Fruitz e Bumble.

Por sua vez, o app francês Happn, que conecta pessoas que se cruzaram "na vida real" durante o dia, afirmou ter "reforçado" suas medidas de segurança durante as Olimpíadas "por meio de equipes dedicadas disponíveis 24/7 para garantir a segurança de todos os usuários e usuárias, incluindo os atletas".

"Permitimos desativar a geolocalização para os que desejarem", acrescentou.

Segundo os dados coletados por suas equipes, o Happn diz que nos últimos dias detectou "mudanças de comportamento e um aumento das interações" entre seus usuários, o que traduz "um desejo dos solteiros de terem encontros graças a este evento".

Serão destinados 240 mil preservativos para os atletas olímpicos este ano. Essa prática remonta aos Jogos Olímpicos de Seul-1988 e visa principalmente combater a propagação de doenças sexualmente transmissíveis.

O.Braun--MP