Münchener Post - Petro pede ajuda à Espanha para tirar o ELN das listas internacionais de terrorismo

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Petro pede ajuda à Espanha para tirar o ELN das listas internacionais de terrorismo
Petro pede ajuda à Espanha para tirar o ELN das listas internacionais de terrorismo / foto: OSCAR DEL POZO - AFP

Petro pede ajuda à Espanha para tirar o ELN das listas internacionais de terrorismo

O presidente colombiano, Gustavo Petro, pediu, nesta quinta-feira (4), ao governo espanhol que ajude a tirar a guerrilha colombiana do ELN, com a qual mantém negociações de paz, "das listas de terroristas elaboradas pelos países".

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Em uma coletiva de imprensa em Madri com o presidente de Governo espanhol, Pedro Sánchez, Petro comentou as negociações de paz com o Exército de Libertação Nacional (ELN) e pediu à Espanha que "ajude [o ELN] como puder, se as coisas irem bem, a sair das listas de terroristas elaboradas pelos países".

Desse modo, o ELN poderia "adquirir outro status, realmente político", acrescentou Petro, no palácio de La Moncloa, sede do governo espanhol.

Sánchez respondeu reiterando seu apoio às negociações de paz, nas quais a Espanha é país "acompanhante", mas avaliou como "prematuro" antecipar esses esforços.

"Parece-me que é muito prematuro agora dizer qual vai ser a posição da Espanha", afirmou Sánchez, que havia anunciado uma contribuição de um milhão de euros (R$ 5,53 milhões, na cotação atual) para as negociações de paz em 2023.

O governo colombiano e o ELN mantêm atualmente, em Havana, a terceira rodada de negociações de paz com um primeiro objetivo, um cessar-fogo.

- A polêmica pela "opressão" -

O encontro de Petro e Sánchez, ambos de esquerda, ocorreu durante o segundo dia da visita de Estado do presidente colombiano à Espanha, a única que o país europeu recebe este ano.

Na quarta (3), Petro foi convidado de honra de um jantar de gala organizado pelo rei Felipe VI, e discursou diante do Parlamento. Os deputados de extrema-direita se ausentaram do início da fala de Petro, depois que o presidente colombiano falou da "opressão" espanhola antes de sua visita à Espanha.

Petro se explicou, nesta quinta, sobre essas declarações: "o feudalismo era um sistema de dominação, no qual separavam o povo em duas classes, alguns eram os servos, outros eram os senhores da terra".

"Não acredito que hoje haja defensores desse tipo de opressão que querem que voltemos, outra vez, a ser servos ou escravos", destacou.

Finalmente, Petro se referiu à guerra contra as drogas, entre cujos resultados "nenhum é positivo", afirmou.

Após se referir aos milhares de mortos na Colômbia e Estados Unidos, apontou que essa estratégia mostra "um fracasso mundial e portanto a necessidade de nos encontrar e refazer a política de outra maneira".

- "Grande potencialidade" latino-americana -

Antes de se reunir com o presidente de Governo espanhol, Petro participou de um encontro com empresários espanhóis, no qual os investimentos em energias renováveis foram um dos principais temas.

Petro pediu investimentos justos para que "compartilhemos assim a grande potencialidade sul-americana, latino-americana, que é seu potencial em energias limpas, talvez a maior em todo planeta Terra".

Antonio Garamendi, presidente da principal organização patronal espanhola, a CEOE, recordou, em declarações à imprensa, que a Espanha tem "as empresas mais avançadas do mundo nesse tema", e a Colômbia tem "o sol, a água, o vento", o que o torna um país "muito atrativo para a geração de energias renováveis".

Garamendi explicou que Petro manifestou seu compromisso com a segurança jurídica: "A Colômbia está transmitindo e está dando", e "tanto os ministros como o presidente nos confirmou várias vezes durante essa manhã".

J.Becker--MP