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Secretária do Tesouro adverte que default dos EUA produziria 'um caos'
Secretária do Tesouro adverte que default dos EUA produziria 'um caos' / foto: Brendan Smialowski - AFP

Secretária do Tesouro adverte que default dos EUA produziria 'um caos'

A secretária do Tesouro americana, Janet Yellen, alertou neste domingo (07) que, a menos que o Congresso atue rapidamente para elevar o limite de endividamento do país, "um caos financeiro e econômico será produzido", com implicações em todo o mundo.

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O governo do democrata Joe Biden adiantou que, se não houver acordo, os Estados Unidos não poderão honrar suas obrigações a partir de 1º de junho, o que, pela primeira vez na História, colocaria o país em situação de default.

"É simplesmente inaceitável que o Congresso ameace com uma calamidade econômica para os lares americanos e o sistema financeiro global como o custo de um aumento do teto da dívida", disse Janet no talk show "This Week", do canal ABC.

O teto da dívida pública dos Estados Unidos só pode ser elevado com a aprovação de uma legislação do Congresso promulgada pelo presidente.

A Câmara dos Representantes, liderada pelos republicanos, votou no fim de abril um aumento do limite de endividamento, mas apenas em troca de cortes drásticos para conter o que o partido considera um gasto excessivo. O texto, no entanto, não tem chance de ser aprovado no Senado, de maioria democrata.

Até agora, Biden se negou a negociar possíveis concessões sob a pressão de afastar o espectro de um default, lembrando que o teto da dívida já subiu dezenas de vezes, mesmo sob o mandato do ex-presidente republicano Donald Trump. No entanto, convidou os quatro líderes dos dois principais partidos do Congresso à Casa Branca para discutir o assunto.

"Sei que ele quer criar um processo onde prioridades e níveis de gastos sejam discutidos", disse Janet, "mas estas negociações não deveriam acontecer com uma arma apontada para a cabeça do povo americano".

A secretária esquivou-se de perguntas sobre a possibilidade de Biden autorizar unilateralmente mais empréstimos. "Não deveríamos chegar ao ponto de questionar se o presidente pode emitir dívida. Seria uma crise constitucional", declarou.

O impasse levantou a possibilidade do primeiro default do país, com consequências sérias para os Estados Unidos e as economias globais. Segundo analistas, os mercados seriam abalados e as taxas de juros subiriam de forma duradoura, fazendo com que lares e empresas recuassem em seus gastos.

Assessores econômicos de Biden alertam que um default poderia levar à perda de 8 milhões de empregos e fazer o PIB despencar 6%.

Desde janeiro, quando os Estados Unidos atingiram seu limite de endividamento, de US$ 31,4 trilhões, o Tesouro vem tomando medidas extraordinárias para continuar financiando o governo. Mas, como advertiu Janet Yellen na semana passada, estas medidas irão se esgotar em breve.

J.P.Hofmann--MP