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Ajuda humanitária ainda não chegou à capital do Sudão, apesar de cessar-fogo
Ajuda humanitária ainda não chegou à capital do Sudão, apesar de cessar-fogo / foto: - - AFP

Ajuda humanitária ainda não chegou à capital do Sudão, apesar de cessar-fogo

Os combates nesta quarta-feira (24) diminuíram mas não chegaram ao fim no Sudão, no segundo dia de trégua, o que impossibilitou o fornecimento de ajuda humanitária. Os mediadores do cessar-fogo garantem, entretanto, que os corredores humanitários estão sendo preparados.

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Desde 15 de abril, mil pessoas morreram na guerra entre o exército, comandado pelo general Abdel Fatah al Burhan, e os paramilitares das Forças de Apoio Rápido (FAR), lideradas pelo general Mohamed Hamdan Daglo.

Além disso, mais de um milhão de pessoas foram deslocadas no país e mais de 300 mil fugiram para nações vizinhas, principalmente ao Egito (123 mil pessoas) e ao Chade (80 mil pessoas), indicou a ONU.

Moradores do Cartum apontaram que os combates e os bombardeios aéreos ainda não pararam na tarde de segunda-feira (22), após o início da trégua.

Nesta quarta-feira, a artilharia continuou com os disparos e ataques aéreos na capital, onde colunas de fumaça preta eram vistas em vários setores, de acordo com os moradores.

Os Estados Unidos e a Arábia Saudita, mediadores do cessar-fogo, alegaram ter "informações que mostram que (as duas partes) violaram" a trégua.

O cessar-fogo deveria garantir a circulação segura dos civis, a reativação do serviço hospitalar e o reabastecimento do país com a ajuda humanitária, que a ONU informou que 25 dos 45 milhões de habitantes necessitam.

Segundo Washington e Riad, os delegados de ambos os lados permanecem discutindo e estão organizando "os preparativos para os movimentos de ajuda humanitária".

Os trabalhadores humanitários ainda não têm acesso aos hospitais em Cartum e em Darfur, no oeste - as duas áreas mais afetadas pelo conflito. Quase todos os estabelecimentos estão fora de serviço nessas áreas, ocupadas pelos beligerantes ou sem suprimento.

"Um de nossos armazéns em Cartum foi saqueado", declarou Jean-Nicolas Armstrong Drangelser, do Médicos Sem Fronteiras (MSF).

Algumas pessoas "desligaram as geladeiras e removeram os medicamentos", contou, explicando que "quando a cadeia de frio é interrompida, esses remédios já não servem".

I.Frank--MP