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O republicano Ron DeSantis entra na disputa à Casa Branca
O republicano Ron DeSantis entra na disputa à Casa Branca / foto: Giorgio VIERA - AFP/Arquivos

O republicano Ron DeSantis entra na disputa à Casa Branca

O governador da Flórida, Ron DeSantis, apresentou, nesta quarta-feira (24), sua candidatura à indicação do Partido Republicano para as eleições presidenciais dos Estados Unidos em 2024.

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DeSantis, de 44 anos, formalizou sua candidatura em um documento entregue à Comissão Eleitoral Federal, horas antes do lançamento oficial de sua campanha em um bate-papo no Twitter com Elon Musk.

Marcada para as 18h de Washington (19h de Brasília), a conversa ao vivo entre DeSantis e o dono da rede social será moderada pelo empresário republicano David Sacks.

A pré-candidatura do governador gera esperanças para os republicanos que buscam uma alternativa ao ex-presidente Donald Trump, cujas ideias ele compartilha, mas sem os excessos.

“É a primeira vez que vamos viver algo assim em uma rede social”, afirmou Musk sobre o formato escolhido por DeSantis.

O bilionário da tecnologia prometeu “perguntas e respostas em tempo real e não preparadas previamente”, e negou que a conversa seja uma demonstração de apoio ao governador da Flórida.

DeSantis se posiciona como o maior rival de Trump na disputa pela nomeação republicana. O vencedor das primárias enfrentará em novembro do próximo ano o candidato escolhido pelo Partido Democrata, muito provavelmente o atual presidente, Joe Biden.

- Figura conservadora -

Em 2018, DeSantis, um congressista quase desconhecido, venceu as eleições para governador de forma surpreendente, após contar com o apoio decisivo de Trump.

Desde então, se tornou uma estrela em ascensão na direita dos Estados Unidos, com políticas muito conservadoras em temas como educação, aborto e imigração.

Tais iniciativas proporcionaram a ele uma ampla cobertura midiática e uma reeleição triunfal em 2022. Mas a briga pela candidatura republicana revelará se seu novo status no partido é suficiente para superar Trump.

Várias pesquisas registram uma vantagem folgada do ex-presidente sobre o governador, embora os resultados devam ser vistos com cautela, já que ainda faltam meses para as primárias.

A principal diferença entre os dois candidatos reside, sobretudo, em seus comportamentos.

Para muitos, DeSantis, filho de uma família de classe trabalhadora, veterano de guerra e formado em Harvard e Yale, tem um sério déficit de carisma se comparado ao espalhafatoso milionário do setor imobiliário.

"Anunciar sua candidatura no Twitter é perfeito para DeSantis. Assim, não precisa interagir com ninguém", ironizou um dos assessores do ex-presidente em conversa com a AFP.

- “Enxerto de personalidade” -

As hostilidades entre eles começaram muito antes da entrada de DeSantis na campanha.

Faz semanas que Trump vem multiplicando as críticas ao seu adversário em suas redes sociais e comícios. DeSantis, por outro lado, tem contra-atacado à sua maneira, de forma mais sutil, destacando o que mais dói para o ex-presidente: sua derrota nas últimas eleições presidenciais para Biden.

“DeSantis precisa desesperadamente de um enxerto de personalidade”, zombou Trump na manhã desta quarta-feira.

As projeções indicam que o governador da Flórida terá um duro embate contra o bilionário nova-iorquino, um homem imune aos escândalos, cujos problemas na Justiça parecem mobilizar ainda mais seus muitos seguidores.

Em sua campanha, DeSantis poderá contar com doações generosas - 110 milhões de dólares (cerca de R$ 545 milhões) até agora - com as quais espera encurtar a distância e inundar o país com anúncios.

Em um vídeo recente do comitê de ação política do governador, um homem cola um adesivo "DeSantis presidente" no capô de um carro, por cima de outro com o slogan "Trump 2016".

O anúncio resume a mensagem que o governador quer transmitir aos eleitores: diante do magnata de 76 anos, DeSantis quer incorporar a nova guarda do Partido Republicano.

Os outros candidatos declarados na corrida republicana - Nikki Haley, Tim Scott, Asa Hutchinson - mal ultrapassam os 5% nas pesquisas de intenção de voto. Tudo aponta para um duelo entre o governador da Flórida e o homem que o impulsionou.

E.Schmitt--MP