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Após semanas de preparação, ofensiva ucraniana ganha força
Após semanas de preparação, ofensiva ucraniana ganha força / foto: - - Ukrainian Presidential Chief of Staff Andriy Yermak/AFP

Após semanas de preparação, ofensiva ucraniana ganha força

Após semanas de preparação, o Exército ucraniano parece ter finalmente lançado sua contraofensiva para tentar romper as defesas russas e obter uma vitória fundamental para a próxima fase do conflito, dizem analistas.

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"A contraofensiva ucraniana começou", estimam vários observadores, entre eles, o think tank americano Instituto para o Estudo da Guerra (ISW, em sua sigla em inglês), que não espera "apenas uma grande operação", mas uma série de ações coordenadas.

"Diante do uso de materiais ocidentais parece que a ofensiva ucraniana está em curso", estima o analista americano Michael Kofman, citado pelo jornal The Financial Times.

Seguindo a linha adotada nos últimos dias, as autoridades ucranianas se mostram muito vagas em relação a suas ações.

Os russos afirmam que repeliram uma ofensiva ucraniana na região de Zaporizhzhia, no sul, e asseguram que as tropas de Kiev tiveram grandes baixas.

Há semanas, Kiev multiplicou as ações surpresa: drones em Moscou, ataques em solo russo, operações de reconhecimento para testar as defesas do inimigo...

Muito está em jogo para a Ucrânia e as autoridades sabem que não terão muitas oportunidades para repelir os russos e recuperar os territórios ocupados no sul e leste do país.

Em Zaporizhzhia, onde os russos dizem ter repelido um ataque, "o front está amplamente fortalecido mas menos que na região de Donetsk. Se chegarem a Melitopol, alcançam um objetivo estratégico, porque corta o front em dois", indicou à AFP o historiador militar francês Michel Goya.

- A "linha Fabergé" -

Ao longo do front, os russos posicionaram "cerca de seis linhas defensivas", explicou uma fonte militar francesa. Na região de Zaporizhzhia, no sul, alguns russos batizaram esta estratégia como a "linha Fabergé", em referência à estrutura das célebres peças de joalherias feitas para o czares no século XIX.

"A primeira linha é composta por pontos de apoio que permitem ver o que acontece, a segunda está orientada a conter um ataque e está bastante minada. Depois fica a artilharia, os primeiros tanques para o contra-ataque e ao final, os reservas, e depois os postos de comando e a logística", detalhou o oficial. Toda esta estrutura ocupa cerca de 30 quilômetros.

Para os ucranianos, "as operações iniciais da contraofensiva poderiam ser as mais difíceis e as mais lentas", segundo o ISW.

"Contratempos iniciais estão previstos" até que consigam romper as linhas de defesa, que os russos estabeleceram e consolidaram há meses.

"Para mim é difícil pensar que um dos beligerantes possa impor vantagem sobre o outro", afirmou uma fonte de um serviço de inteligência ocidental.

A propaganda de ambos os lados vai entrar em ação e será impossível, por um tempo, avaliar se foi bem-sucedida ou um fracasso.

A.Gmeiner--MP