Münchener Post - Venezuela detém sindicalista por 'conspiração' pouco após troca de presos com EUA

München - 7°C

NAS NOTíCIAS

Venezuela detém sindicalista por 'conspiração' pouco após troca de presos com EUA
Venezuela detém sindicalista por 'conspiração' pouco após troca de presos com EUA / foto: Federico PARRA - AFP/Arquivos

Venezuela detém sindicalista por 'conspiração' pouco após troca de presos com EUA

Um sindicalista do setor da educação da Venezuela foi detido nesta quarta-feira (17) por suposta "conspiração" contra o governo do presidente Nicolás Maduro, menos de um mês depois de outros dirigentes serem libertados em uma troca de presos orquestrada pelos Estados Unidos.

Tamanho do texto:

Víctor Venegas, presidente do sindicato dos trabalhadores da educação, Fenatev, no estado de Barinas (oeste), foi vinculado à "mais recente conspiração desvendada contra o povo venezuelano", informou o procurador-geral, Tarek William Saab, em um comunicado.

"Este cidadão está envolvido no desenvolvimento de atividades contra a paz da República e fazia parte de um núcleo que pretendia transformar o estado de Barinas em epicentro de ações violentas. Uma vez revelado o plano, este grupo está em processo de ser desmantelado", acrescenta a nota.

Venegas foi detido juntamente com outros dois dirigentes, segundo a ONG de direitos humanos Provea.

O dirigente apareceu em um vídeo gravado supostamente antes de sua prisão e que circulou nas redes sociais. "Temos um ataque dos corpos policiais, estão entrando com tudo no Fenatev, estão derrubando a porta", denunciou, enquanto colegas tentavam bloquear a passagem dos agentes.

"Não fizemos absolutamente nada de errado, o que fizemos foi defender os trabalhadores. Não vou me esconder!", afirmou. "Vão nos levar sequestrados, assim, peço à opinião pública solidariedade, respeito e peço aos professores: vão às ruas protestar."

Os professores têm protestado na Venezuela nos últimos meses reivindicando melhores salários.

Eduardo Torres, advogado da Provea, condenou o "abuso crônico da legislação de terrorismo para criminalizar aqueles que lutam".

"Isto deve cessar [...], que acabe a porta giratória", disse à AFP.

Ele se referiu a uma nova detenção pouco depois da soltura, em 20 de dezembro, de seis sindicalistas como parte de uma troca de presos que levou à libertação do empresário colombiano Alex Saab, considerado o "laranja" de Maduro e acusado nos Estados Unidos de lavagem de dinheiro.

Estes dirigentes também foram acusados de conspiração e cumpriam penas de 16 anos de prisão.

Maduro, que denuncia frequentemente planos para derrubá-lo, assegurou, na segunda-feira, que em 2023 houve quatro planos conspiratórios para assassiná-lo, que foram neutralizados e os supostos envolvidos, colocados atrás das grades.

K.Lang--MP