Protestos na Romênia contra anulação das eleições presidenciais
Os partidários do direitista romeno Calin Georgescu se reuniram diante das seções eleitorais neste domingo (8), convocados pelo candidato pró-russo, para protestar contra o cancelamento do segundo turno presidencial.
Milhões de eleitores deveriam ter votado neste domingo para escolher entre Georgescu e sua rival pró-europeia, Elena Lasconi. Mas na sexta-feira, o Tribunal Constitucional decidiu anular a eleição, citando “múltiplas irregularidades e violações da lei eleitoral”, em meio a suspeitas de interferência russa.
O candidato de extrema direita, que ficou em primeiro lugar no primeiro turno em 24 de novembro, denunciou um “golpe de Estado” e convocou seus partidários a irem às seções eleitorais neste domingo em protesto.
Vestindo um casaco preto e gravata azul, Georgescu compareceu a uma seção eleitoral em Mogosoaia, perto de Bucareste, no início deste domingo e foi aplaudido por seus partidários.
“Estou aqui em nome da democracia [...]. É apenas um símbolo, um momento de silêncio”, declarou ele, acrescentando que "não há nada constitucional na Romênia".
Ele disse que apresentou recurso contra a decisão do Tribunal Constitucional ao Judiciário romeno e ao Tribunal Europeu de Direitos Humanos (TEDH).
As autoridades romenas alegam que Georgescu se beneficiou de uma “campanha de guerrilha coordenada” na plataforma de origem chinesa TikTok, que rejeitou as acusações. A UE anunciou que intensificou a vigilância da rede social.
Entre as quase 100 pessoas reunidas, Adriana Iercau, uma professora de 60 anos, expressou sua indignação.
“Nada, nada foi provado” sobre as acusações de interferência russa, disse ela. Para ela, Calin Georgescu nada mais é do que “um patriota, um soberano que ama seu país e seu povo”.
Não foram registradas grandes manifestações em outras partes do país, segundo a imprensa local.
Georgescu, que no passado elogiou o presidente russo, Vladimir Putin, agora evita perguntas sobre sua possível postura pró-Moscou.
Crítico da UE e da Otan, ele diz que não pensa em deixar nenhuma das organizações, mas se opõe ao fornecimento de ajuda à Ucrânia.
Desde a eclosão do conflito em fevereiro de 2022, a Romênia se tornou um pilar fundamental da Otan, com mais de 5.000 soldados e um sistema antimísseis em seu território.
S.Schuster--MP