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EUA propõe resolução sobre Ucrânia sem mencionar integridade territorial
EUA propõe resolução sobre Ucrânia sem mencionar integridade territorial / foto: Jim WATSON - AFP

EUA propõe resolução sobre Ucrânia sem mencionar integridade territorial

Os Estados Unidos propuseram nesta sexta-feira (21) um projeto de resolução na Assembleia Geral da ONU que pede "um fim rápido" do conflito na Ucrânia, sem mencionar o respeito à integridade territorial daquele país, informaram fontes diplomáticas à AFP, antes da votação de segunda-feira.

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Coincidindo com a pressão exercida pelo presidente americano, Donald Trump, sobre seu par ucraniano, Volodymyr Zelensky, o projeto de resolução, ao qual a AFP teve acesso, pede "um fim rápido do conflito e uma paz duradoura entre a Ucrânia e a Rússia", uma formulação lacônica, muito distante de textos anteriores da Assembleia claramente favoráveis à Ucrânia.

A resolução americana "é uma boa ideia", comentou o embaixador russo na ONU, Vassili Nebenzia, apontando que falta no texto uma referência "às raízes" do conflito.

A Assembleia Geral da ONU vai se reunir na segunda-feira para lembrar o terceiro aniversário da invasão russa à Ucrânia. Por esse motivo, os europeus prepararam com os ucranianos um projeto de resolução que enfatiza a necessidade de "redobrar" os esforços diplomáticos para encerrar a guerra "neste ano".

O texto também reitera as demandas anteriores da Assembleia Geral de uma retirada imediata e incondicional das tropas russas da Ucrânia e um fim dos ataques russos.

Essas votações preliminares receberam o apoio de cerca de 140 votos dos 193 Estados-membros, mas a reunião de segunda-feira será a primeira desde que Trump retornou para a Casa Branca e fez uma mudança radical na política americana para o conflito.

O breve texto americano ameaça provocar a ira dos europeus, que também foram deixados de fora das negociações russo-americanas. "Esse texto minimalista, que não condena a agressão russa nem menciona explicitamente a integridade territorial da Ucrânia, parece uma traição a Kiev e um golpe baixo contra a União Europeia, mas também um desprezo pelos princípios fundamentais do direito internacional", disse Richard Gowan, do International Crisis Group.

D.Richter--MP