Münchener Post - Milhares de indianos se banham nas águas sagradas e poluídas do rio Yamuna

München - 11°C

NAS NOTíCIAS

Milhares de indianos se banham nas águas sagradas e poluídas do rio Yamuna
Milhares de indianos se banham nas águas sagradas e poluídas do rio Yamuna / foto: Sachin KUMAR - AFP

Milhares de indianos se banham nas águas sagradas e poluídas do rio Yamuna

Milhares de indianos banharam-se, nesta quinta-feira (7), nas águas fétidas e tóxicas, mas sagradas, do rio Yamuna, nos arredores de Nova Délhi, apesar das advertências das autoridades.

Tamanho do texto:

"Estou convencida de que as águas do rio são puras e abençoadas pelo próprio deus do sol", afirmou Krishnawati Devi, antes de se ajoelhar dentro do rio.

"Minha fé em Deus não vacila", acrescentou esta mãe de 45 anos, que usava seu sari mais brilhante e suas joias mais deslumbrantes.

"Nada pode acontecer comigo, Deus cuidará de tudo", continuou.

Com o ritual do Chhath Puja, todo mês de novembro os hindus prestam homenagem ao deus do sol, Surya, por meio de celebrações que culminam com um banho no Yamuna.

Dedicado à natureza, o culto Chhath tornou-se, ao longo dos anos e do crescimento excessivo da grande cidade indiana, um exemplo da alarmante degradação do meio ambiente.

Durante todo o ano, Nova Délhi e os seus 30 milhões de habitantes vivem em meio a uma nuvem tóxica de fumaça industrial, agrícola e de veículos, que atinge o seu pico com a chegada do inverno.

O Yamuna, afluente do Ganges, é coberto por uma espessa espuma branca igualmente prejudicial, uma espécie de "sopa química" composta por fertilizantes e detergentes despejados sem restrições.

Embora o município tente diluir essa espuma com toneladas de dispersantes, nada muda e o rio permanece coberto pela sua crosta branca.

Este ano, a Justiça tentou, sem sucesso, dissuadir os banhistas de Chhath.

"Por favor, entendam que vocês vão ficar doentes", implorou um tribunal da capital em decisão emitida na quarta-feira. "Não podemos permitir que tomem banho", insistiu, em vão.

"Cheira mal, é verdade", admitiu Deepa Kumari, de 14 anos. "Mas o importante é celebrar no rio e com os nossos entes queridos", frisou, elevando a voz acima dos cantos e do som dos tambores.

D.Johannsen--MP