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Barco laboratório Energy Observer se prepara para finalizar sua volta ao mundo
Barco laboratório Energy Observer se prepara para finalizar sua volta ao mundo / foto: Marco BELLO - AFP

Barco laboratório Energy Observer se prepara para finalizar sua volta ao mundo

O barco laboratório Energy Observer, a primeira embarcação capaz de produzir seu próprio hidrogênio, está fazendo escala esta semana na Flórida, no sudeste dos Estados Unidos, o último país que visitará antes de retornar à França para concluir uma volta ao mundo iniciada em 2020.

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Desde sua primeira expedição, ao redor da França em 2017, esse barco, coberto por 202 m² de painéis solares, percorreu quase 63.040 milhas náuticas apenas com energias renováveis.

Junto com sua célula de combustível e os painéis fotovoltaicos, o Energy Observer aproveita o vento através de suas "Oceanwings", asas totalmente automatizadas com 12 metros de envergadura, que permitem aumentar a velocidade de navegação, reduzir o consumo ou dedicar os motores à produção de hidrogênio.

O objetivo do projeto é duplo: testar todas as tecnologias de energia limpa a bordo e compartilhar o que foi aprendido por meio de encontros, artigos e vídeos publicados, explicou o capitão do navio, Marin Jarry, à AFP na terça-feira (27), durante uma parada em Fort Lauderdale, perto de Miami.

A volta ao mundo iniciada em 2020 permitiu experimentar essas tecnologias em diversas condições climáticas pelo Atlântico, Pacífico, Ásia, África e agora América.

O resultado tem sido positivo, afirma Jarry. "Aprendemos muito nessa viagem, tanto em tecnologia quanto em outras soluções", conta.

A empresa, liderada pelo navegador Victorien Erussard, espera que o setor marítimo possa se inspirar em seus experimentos e avançar em matéria de energias limpas.

As "Oceanwings" já estão sendo usadas, por exemplo, em cargueiros como o Canopée, projetado para transportar partes do foguete Ariane 6 da Europa para o centro espacial da Guiana Francesa.

Durante a viagem, 40% da energia utilizada foi eólica, outros 40% fotovoltaica e 20% foi proveniente de hidrogênio.

O Energy Observer era originalmente um catamarã de regatas, com 30,5 metros de comprimento e 12,80 metros de largura.

Após sua escala na Flórida, seguirá para Washington, Nova York e Boston, antes de voltar à França.

A empresa já está trabalhando em outro projeto, o Energy Observer 2, um cargueiro com 120 por 22 metros e capacidade de carga de 5.000 toneladas, que funcionará com hidrogênio líquido.

O transporte marítimo gera anualmente 3% das emissões de gases de efeito estufa a nível global, de acordo com a Organização Marítima Internacional, que visa reduzir as emissões líquidas a zero até 2050.

A.Weber--MP