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Príncipe Harry ganha nova disputa judicial com tabloides britânicos
Príncipe Harry ganha nova disputa judicial com tabloides britânicos / foto: Odd Andersen - AFP/Arquivos

Príncipe Harry ganha nova disputa judicial com tabloides britânicos

O príncipe Harry venceu um nova disputa com a imprensa sensacionalista britânica, após um juiz rejeitar nesta sexta-feira(10) o recurso interposto pelo Daily Mail para arquivar a ação apresentada pelo membro da família real contra o jornal, por obtenção ilegal de informações.

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A decisão do Tribunal Superior de Londres abre caminho para um possível julgamento de uma das várias ações apresentadas pelo filho mais novo do rei Charles III contra a imprensa britânica.

O duque de Sussex e outras seis celebridades britânicas, entre elas o cantor Elton John, acusaram a Associated Newspapers Limited (ANL) de utilizar métodos ilícitos para obter informações, como contratar detetives, recorrer a escutas telefônicas, ou se fazerem passar por outras pessoas para conseguir dados médicos.

O Daily Mail, que nega veementemente estas acusações, pediu ao juiz, em uma audiência preliminar realizada em março, que não convocasse um julgamento, considerando que a ação foi proposta "tarde demais".

- "Golpe significativo" -

Após a decisão desta sexta-feira, o Daily Mail se declarou "irritado" por demonstrar ao tribunal que o duque de Sussex e os os outros autores fizeram acusações "impactantes" e "grotescas" contra o jornal.

Uma nova audiência, cujo tema é desconhecido, está prevista para 21 de novembro.

A maioria dos fatos denunciados remonta ao período de 1993 a 2011, embora alguns sejam de 2018.

ANL "não foi capaz de desferir um 'nocaute' às reclamações de nenhum dos autores", afirmou o juiz Matthew Nicklin em sua decisão de 95 páginas.

Além do príncipe Harry, do astro do pop Elton John e de seu marido, David Furnish, os demais autores da ação são as atrizes Liz Hurley e Sadie Frost, o político Simon Hughes e Doreen Lawrence, uma mulher de origem jamaicana, cujo filho adolescente foi assassinado, vítima de um ataque racista, em 1993.

"Estamos satisfeitos com a decisão de hoje, que permite que novas denúncias sobre atividades criminosas graves e flagrantes violações de privacidade por parte do Mail sigam para julgamento", afirmaram os autores em uma nota divulgada pelo escritório de advogados Hamlins.

"Temos a intenção de que a verdade venha à luz no julgamento e responsabilize plenamente os diretores da Associated Newspapers", acrescentaram.

O ator Hugh Grant, membro de um grupo que iniciou uma campanha pela reforma da imprensa, chamada Hacked Off, qualificou o anúncio como "um golpe significativo para o Daily Mail e uma grande notícia para qualquer um que queira a verdade sobre as acusações de práticas ilegais por parte da imprensa".

- Reforma da imprensa -

O príncipe, filho mais novo do rei Charles III, prometeu fazer da reforma da imprensa britânica sua missão de vida.

Neste sentido, iniciou uma batalha legal contra vários veículos sensacionalistas, os quais responsabiliza pela morte de sua mãe, Diana, em 1997, em um acidente de carro em Paris, quando era perseguida por paparazzi. Ele também acusa-os de tratarem sua esposa, Meghan Markle, da mesma maneira.

O príncipe, de 39 anos, que mora nos Estados Unidos após deixar seu país em 2020, surpreendeu ao participar da audiência, entre o público, algo não habitual para um membro da família real.

Em junho, declarou em outro processo, desta vez contra o Daily Mirror, tornando-se o segundo membro da família real a fazer isso depois de Edward VII, em um julgamento por difamação em 1891.

D.Johannsen--MP