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Justiça francesa absolve Polanski em caso de difamação de suposta vítima de estupro
Justiça francesa absolve Polanski em caso de difamação de suposta vítima de estupro / foto: Thomas SAMSON - AFP/Arquivos

Justiça francesa absolve Polanski em caso de difamação de suposta vítima de estupro

A Justiça francesa absolveu, nesta terça-feira (14), o veterano cineasta Roman Polanski, acusado de difamar a atriz Charlotte Lewis, que o denunciou por estupro ocorrido na década de 1980.

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O diretor franco-polonês, acusado de agressão sexual e estupro por várias mulheres, havia classificado a denúncia de Lewis como uma "mentira abominável".

Os juízes do tribunal correcional de Paris não deveriam decidir se o diretor de 90 anos estuprou ou não Lewis, mas se ele abusou da liberdade de expressão em uma entrevista à revista Paris Match em 2019.

Naquela ocasião, Polanski considerou como uma "mentira abominável" a acusação da atriz, que em maio de 2010, afirmou que o cineasta a "agrediu sexualmente" durante um 'casting' em sua casa em Paris em 1983, quando ela tinha 16 anos.

"Como podem ver, a melhor qualidade de um bom mentiroso é uma excelente memória. Charlotte Lewis é sempre mencionada na lista de minhas acusadoras, sem que nunca apontem [suas] contradições", acrescentou o diretor na entrevista.

A decisão da Justiça francesa coincide com a abertura do 77º Festival de Cinema de Cannes, que teve início com uma nova onda de mobilizações contra a violência sexual no cinema francês.

Durante o julgamento por difamação em março, Lewis, que estrelou o filme "Piratas", de Polanski, de 1986, testemunhou que foi vítima de uma "campanha de difamação" que "quase destruiu" sua vida após suas revelações.

Ao longo de carreira, diversas mulheres acusaram o vencedor de três Oscar e da Palma de Ouro do Festival de Cannes de agressão sexual e estupro, algumas quando eram menores. Ele sempre negou as acusações por fatos já prescritos, que nunca o impediram de trabalhar.

O diretor francês é considerado foragido pela Justiça americana há mais de 40 anos após ser condenado por manter relações sexuais ilegais com Samantha Gailey, que tinha 13 anos.

D.Richter--MP