Beyoncé lidera Grammy em premiação dedicada aos incêndios de Los Angeles
Grandes estrelas da música, incluindo Beyoncé e Taylor Swift competem pelos principais prêmios do Grammy, no domingo (2), em Los Angeles, cidade que se recupera dos danos provocados pelos incêndios.
Devido aos incêndios, muitos eventos da semana do Grammy foram cancelados, incluindo festas de destaque organizadas pelas principais gravadoras e empresas como o Spotify.
No entanto, Harvey Mason Jr., diretor da Academia de Gravação que organiza o Grammy, disse que a premiação acontecerá como planejado na Crypto.com Arena “em estreita coordenação com as autoridades locais”, e com o objetivo de arrecadar dinheiro para ajudar no combate aos incêndios florestais.
Os incêndios colocaram em evidência o braço filantrópico da Academia, a MusiCares, que afirma já ter distribuído milhões de dólares em ajuda emergencial.
Nesta sexta-feira, a MusiCares realizará seu baile de gala anual pré-Grammy - este ano homenageando a banda The Grateful Dead - reunindo as principais personalidades do setor, onde os esforços de ajuda humanitária e a homenagem aos bombeiros terão prioridade.
Os principais promotores de eventos, Live Nation e AEG Presents, organização shows beneficentes para o FireAid, com a participação de grandes nomes como Lady Gaga, Billie Eilish, Dave Matthews e John Mayer.
A Recording Academy está “entusiasmada com o fato de tantos artistas da nossa comunidade estarem se unindo neste momento para demonstrar apoio aos seus colegas músicos e a outras pessoas afetadas pelos recentes incêndios florestais”, disse Mason.
- Paradoxo de Beyoncé -
Beyoncé e seu inovador álbum “Cowboy Carter”, que enaltece a cultura dos caubóis negros, lideram as indicações ao Grammy deste ano, com 11 chances de ganhar um prêmio.
A mega estrela já é a vencedora do Grammy mais indicada e mais premiada, mas também a mais desprezada: ela nunca venceu os prêmios de Álbum e Gravação do Ano, os mais importantes da festa.
“Cowboy Carter” é seu quinto álbum de estúdio na disputa pelo prêmio principal. Taylor Swift, que já ganhou o prêmio quatro vezes, está entre suas rivais na categoria.
Embora o extenso álbum duplo de Swift, “The Tortured Poets Department”, tenha deixado a desejar aos críticos, a cantora, que acabou de encerrar a Eras Tour, que bateu recordes, recebeu seis indicações.
Eilish, outra frequente candidata, tem sete indicações, enquanto Charli XCX (oito indicações), Sabrina Carpenter (seis) e Chappell Roan (seis), estão todas concorrendo a prêmios importantes.
O astro do hip-hop Kendrick Lamar - cujo conflito com Drake gerou “Now Like Us”, uma das músicas mais virais do ano - recebeu sete indicações, e Post Malone, que recentemente trabalhou com Beyoncé e Swift, recebeu oito. Ambos são destaque nas categorias principais.
O paradoxo de Beyoncé nunca ter ganhado os grandes prêmios reavivou a crítica frequente de que a Academia deixa de lado o trabalho de artistas negros.
“Cowboy Carter” é uma homenagem ousada e de grande escala à sua herança sulista, que questiona o setor country, que há muito tempo promove uma visão rígida do gênero, que é predominantemente branco e masculino.
A relação às vezes tensa de Beyoncé com o Grammy “realmente ilustra as falhas na forma como as organizações pensam sobre estilo e gênero, especialmente em relação a raça e gênero”, disse a musicólogo Lauron Kehrer.
“Acho que seria bom se o Grammy mostrasse um pouco mais de engajamento fora da esfera pop branca” nas categorias principais, disse à AFP.
A Academia tomou medidas para expandir e diversificar seu grupo de eleitores nos últimos anos, o que, segundo Kehrer, significa que “temos mais perspectivas a serem consideradas”.
D.Johannsen--MP